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Desafios e incertezas da gestão legislativa em 2020
Poder Legislativo.
- Publicado em 01/05/2020 às 22:27
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Uma gestão marcada por uma grande epidemia mundial. Nesta entrevista concedida a assessoria de comunicação da câmara a presidente Ana Barros comenta sua posição e ações neste momento crítico em todo o mundo. Acompanhe:
Comunicação - Como percebe o cenário atual da crise?
Ana Barros - Muito preocupante. Tendo como exemplo o que ocorreu em outros países o Brasil teve a oportunidade de se organizar melhor, mas pela falta de uma liderança política capaz de ter uma correta compreensão do problema agora estamos numa curva ascendente de contágio que já sobrecarregou o sistema de saúde nos centros de referência, o que causa grande apreensão nos municípios menores por não possuírem estrutura adequada para o tratamento de casos mais graves. Não há uma posição política firme sobre a necessidade de se manter o isolamento social, o que se mostra extremamente necessário nesta fase de transmissão do vírus. Precisamos ter em mente que até o momento não há vacinas disponíveis e nem medicação adequada para o tratamento da Covid-19. Com o agravamento da situação são necessários leitos de UTI e não temos em número suficiente. A União prometeu aos Estados 3 mil kits de instalação de leitos de UTI, mas até o momento só repassou 340. Em nível local, temos apenas 3 respiradores no Hospital São Luiz Gonzaga e os 7 leitos de UTI já aprovados não têm data prevista para instalação e início de seu funcionamento, ao passo que na região vão se confirmando casos de pessoas contaminadas, inclusive em estado grave.
Comunicação - O que o legislativo está realizando para amenizar os efeitos?
Desde o início desta pandemia o Legislativo são-luizense mostrou-se atento aos acontecimentos. Em 17 de março publicamos a primeira Resolução que determinou a realização de expediente interno e restringiu a participação em todas as reuniões da Casa aos vereadores, acompanhados de o menor número possível de servidores, o que, por outro lado, não afetou a continuidade e transparência dos trabalhos, na medida em que essas atividades são transmitidas em tempo real por rádio e internet. Com a evolução da situação, fomos publicando novas resoluções que prorrogaram as medidas inicialmente impostas, bem como disciplinou o atendimento não presencial do público externo e a realização de trabalho remoto daqueles enquadrados no grupo de risco. Nesse período aprovamos diversas leis para adaptar o orçamento do Município à situação de calamidade existente, bem como autorizamos a contratação emergencial de pessoal para a área da Saúde. Além disso, em parceria com as Câmaras de Vereadores de Bossoroca e São Nicolau, destinamos R$ 150 mil ao Hospital São Luiz Gonzaga para atender necessidades básicas do Hospital e implantar melhorias para a população. Ainda, em recente reunião com o Executivo, definimos o repasse de verbas do Legislativo para subsidiar a aquisição de cestas básicas destinadas a famílias carentes do Município.
Comunicação -Por que resolveu adotar medidas de controle junto ao legislativo?
Esta crise é grave e atinge a todos. Não poderíamos ficar aguardando a tempestade chegar sem fechar as janelas da casa. Mas como dito antes, foram adotadas todas as medidas para manter a continuidade e transparência dos serviços.
Comunicação - Como presidente do Poder Legislativo de São Luiz Gonzaga, que mensagem deixa à comunidade?
Tendo em vista todas as dificuldades apresentadas, a falta de vacina, a falta de um medicamento específico para o tratamento da Covid-19, precisamos ouvir o que nos diz a ciência, os técnicos da área. O isolamento social é fundamental. Lógico que os serviços essenciais não podem parar, mas é preciso conscientização para adotar as medidas de prevenção quando necessário sair de casa, tais como o distanciamento social, a utilização de máscaras, evitar aglomerações, higienização das mãos e utilização de álcool em gel. O esforço de cada um, em particular, e da comunidade em geral é fundamental neste momento. São essas medidas que irão evitar o colapso do sistema. O Sistema Único de Saúde, apesar de todas suas dificuldades, é a esperança para salvar muitas vidas. Por isso, precisamos criar uma consciência coletiva de lutar, permanentemente, pelo fortalecimento do SUS, tanto para prevenir quanto para recuperar a saúde da população. É hora de lutar por si, lutar pelo próximo, lutar para salvar vidas.